Gestão energética para redução de despesas no condomínio
O consumo, a economia de energia e a redução de CO2 representam grandes desafios para a área empresarial e corporativa, especialmente frente aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU), que desafia as nações a serem mais sustentáveis como forma de minimizar a crise climática mundial e seus impactos negativos. Segundo dados do Balanço Energético Nacional, as edificações configuram a maior parcela de consumo de energia elétrica no Brasil: cerca de 51% do consumo total do País.
O uso de energia em edifícios também foi objeto de estudo de pesquisadores do Laboratório Nacional Lawrence Berkeley, nos Estados Unidos. Na publicação, feita por meio da revista Joule, o levantamento aponta que os empreendimentos – desde o resfriamento ao aquecimento até a manutenção das luzes do escritório – são responsáveis por mais de um terço de todas as emissões de dióxido de carbono (CO2) no país norte-americano. A conclusão dos cientistas é que reduzir este consumo em 80% até 2050 contribuiria de forma significativa para combater as alterações climáticas.
A fim de estimular a eficiência nos edifícios e contribuir para esse processo, algumas ações de gestão energética podem ser realizadas, como a utilização de energias renováveis, manutenção periódica de equipamentos, renovação de elevadores e aplicação de sistemas inteligentes para controlar as operações com o objetivo não só de promover a sustentabilidade, mas também de reduzir custos. Para isso, é preciso ter um olhar estratégico, a médio e longo prazos, que vise os benefícios em termos de sustentabilidade, mas também os ganhos significativos que essas ações podem trazer aos negócios, aos empreendimentos e às pessoas. Esse é um dos focos, por exemplo, da atuação da Engepred na prestação de serviços de gestão condominial e de propriedade, visando trazer às edificações esses benefícios, além de manter a valorização do ativo e sua competitividade no mercado.
Retrofit é um dos aliados para uma gestão energética mais eficiente
As edificações têm impacto ambiental, desde a ocupação territorial no planejamento, seleção de materiais durante a construção, até o gerenciamento de resíduos e uso de energia. Contudo, os edifícios podem passar de contribuintes para os problemas e se tornarem parte da solução.
O retrofit, por exemplo, remodelação do edifício ou dos sistemas prediais, tem como finalidade a alteração estrutural para incorporar melhorias que aprimorem o desempenho. Este pode ser o caminho para a gestão energética empregar novas tecnologias, como a automação predial, adoção de soluções para facilitar a manutenção – incluindo os equipamentos de ar-condicionado, responsável por grande parte do consumo de enegria elétrica em prédios comerciais e corporativos -, instalação de novos sistemas de iluminação, entre outros conceitos ecoeficientes.
Painel solar também pode ser uma solução assertiva
A energia solar é uma aliada na luta pela redução de CO2, uma vez que não emite nenhum gás poluente na atmosfera, oferecendo a melhora na qualidade do ar como um todo.
Instalar um painel solar no edifício, além de ser uma prática sustentável da gestão energética, auxilia na economia da conta de luz, podendo resultar em até 95% de redução nos gastos, segundo a Associação Brasileira de Energia Solar (ABSOLAR). A Associação também aponta que houve uma redução de 83% no preço dos equipamentos de instalação da tecnologia desde 2010, fato que viabiliza a aquisição.
Para as edificações comerciais e corporativas, o painel solar fornece melhor desempenho do sistema de iluminação artificial e de condicionamento de ar, sendo possível a obtenção de bonificações relacionadas ao uso racional de água, energia, sistemas de cogeração, elevadores eficientes e aquecimento de água para propriedades que apresentam este uso de forma relevante.
Vale ressaltar ainda seu potencial como gerador de receita adicional. Isso porque, conforme a capacidade do equipamento, a energia produzida é maior que a consumida, proporcionando uma sobra que é inserida na rede de distribuição. Essa ação gera créditos de energia solar, que podem ser aproveitados na conta de luz dos próximos meses.
Manutenção do ar-condicionado, solução simples, necessária e eficaz
De acordo com o levantamento do Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica (PROCEL), a limpeza do filtro de ar-condicionado pode reduzir o consumo de energia elétrica, devido à obstrução do filtro exigir mais energia elétrica para o aparelho exercer suas funções.
Além disso, filtros limpos promovem um ar mais puro e garantem um ambiente seguro para os ocupantes do local. Manter o pleno funcionamento do ar-condicionado depende de uma manutenção preventiva. A periodicidade deve seguir a frequência estabelecida no PMOC (Plano de Manutenção, Operação e Controle).
Inteligência embarcada para mais eficiência na gestão energética
A implementação de softwares, como a Internet das Coisas (IoT), que permite interconexões sem fio entre objetos físicos e sensores, é capaz de contribuir para uma gestão energética nas edificações. Por meio dos sensores de coleta de dados em equipamentos industriais e eletrodomésticos é possível gerenciar recursos em tempo real e controlar os gastos de energia.
Um exemplo clássico é a automação do sistema de iluminação, que permite apagar ou acender as luzes em espaços comuns conforme a necessidade. Os sensores conseguem comandar os interruptores, ligando luzes e equipamentos somente quando identificam presença. Com isso, ainda há a possibilidade de prolongar a vida útil de lâmpadas e aparelhos eletrônicos.
Dentre as tecnologias destacam-se também aquelas acopladas aos próprios equipamentos, que viabilizam a manutenção preditiva e análise precisa de dados, permitindo tomadas de decisões rápidas para correções de desvios e até mesmo a identificação de oportunidades de melhorias.
Além disso, construções que possuem isolamento térmico – para evitar o uso de aquecimento – e utilizam sistemas que gerenciam informações, diagnosticam e corrigem problemas, cumprem o seu papel de práticas sustentáveis.
Modernização dos elevadores como recurso para gestão energética inteligente
Ao pensar em gestão energética, os elevadores entram no radar do certificado de Green Buildings (construção verde). A indústria de elevadores está desenvolvendo modelos sustentáveis que consistem em baixo consumo de energia ou uso de energia solar para o seu funcionamento.
Mas mesmo quando se trata de edificações já existentes e com equipamentos já instalados, é possível otimizá-los por meio de um projeto de modernização. O Palácio Austregésilo de Athayde, por exemplo, recebeu novos elevadores com sistema regenerativo, como uma das soluções implementadas pela Engepred – responsável pela gestão predial da edificação. O modelo selecionado tem como premissa o reaproveitamento de energia a partir do uso inteligente.
Em vez de desperdiçar energia em forma de calor, o sistema alimenta a rede elétrica interna. Sendo assim, a energia pode ser aproveitada por outros elevadores, ar-condicionado, computadores e outros aparelhos do edifício.
De acordo com a Associação Brasileira das Empresas de Elevadores (ABEEL), este sistema pode reduzir a utilização de energia elétrica em até 75%, em comparação aos não regenerativos.
A adoção deste modelo também implica em benefícios, como menor poluição do sistema de energia elétrica e diminuição da distorção das correntes elétricas, protegendo equipamentos eletrônicos sensíveis.
Os elevadores do Palácio também possuem sistema de monitoramento e gerenciamento de tráfego, visando à redução de energia, pois uma cabine lotada exige mais gasto para funcionar. Portanto, o controle ajuda a evitar picos de energia e sobrecarga no motor, além de trazer mais comodidade e segurança aos usuários do prédio, que agora contam com um equipamento integrado aos sistemas da recepção e com chamada antecipada.