Qual a importância do design do escritório para a cultura corporativa?
O local de trabalho tem influência direta sobre o desempenho de qualquer profissional. É visível o esforço das organizações para colocar essa ideia em prática e criar ambientes mais agradáveis e produtivos. Entretanto, modificar o design do escritório é sempre um desafio.
Não há uma solução mágica: é preciso considerar as especificidades de cada negócio e adotar estratégias de gestão de facilities que favoreçam a dinâmica da empresa. Porém, há uma série de fatores em comum que, sem dúvida, facilitam seu planejamento.
Pensando nisso, mostraremos aqui qual é a relação entre produtividade e o design do escritório, além de dar algumas dicas para torná-lo melhor. Confira!
A história do escritório
Para entender a relação do design com a produtividade, é importante, primeiramente, ter uma breve noção da história do escritório. Tudo começou com a revolução industrial, na qual todos os profissionais de uma empresa dividiam o mesmo espaço, lado a lado. Entretanto, não havia distinção geral entre vida pessoal e trabalho.
Já na década de 1950, surgem os prédios corporativos e arranha-céus e a maioria das empresas passaram a almejar os andares mais altos — um símbolo de poder da marca. Consequentemente, iniciaram diversos estudos para encontrar uma estratégia de otimização do espaço coletivo e individual: surgiram as baias.
Entre os anos de 1960 e 1990, o conceito geral era simples: mesas individuais, em baias, para a maioria dos profissionais e salas exclusivas para os cargos mais altos. Mas isso mudou — com o avanço da tecnologia e, principalmente, a necessidade de profissionais criativos e inovadores, a divisão de espaço tornou-se mais abstrata.
Passou a ser necessário encontrar um design que favorecia a colaboração, otimizando o deslocamento de pessoas e a disposição de equipamentos. Ao mesmo tempo, a valorização do profissional especializado passou a fazer parte dessa estratégia: funcionários satisfeitos produzem mais e melhor.
De lá para cá, é fácil perceber a quantidade de empresas com salas de brainstorming, cafeterias internas e gratuitas, enfim: arquitetura, serviços e design pensados para promover um ambiente mais agradável e produtivo.
A importância do design
Quando o assunto é o design do ambiente corporativo, alguns fatores essenciais devem ser destacados. Para começar, com a acelerada revolução tecnológica — hoje, a transformação digital —, produzir bem e barato deixou de ser suficiente. É preciso estabelecer uma marca forte por meio de mensagens de visão, missão e valores.
Porém, esse é um processo tanto externo quanto interno. É preciso que os colaboradores se identifiquem e estejam engajados nesses objetivos. O design expõe a forma de pensar da organização — e isso é rapidamente transmitido para os clientes da organização.
Assim, é preciso adotá-lo como uma ferramenta essencial para a transmissão das mensagens da empresa, direta ou indiretamente. Não existe design neutro: ou ele é utilizado em prol da imagem da organização ou está agindo contra ela, e isso tem uma relação direta com a produtividade.
O design e o aumento da produtividade
“Profissionais motivados rendem mais” tende a ser uma afirmação simplista. Essa relação é mais complexa, já que diversos fatores influenciam tanto na motivação quanto na produtividade — e o design é um deles.
O design gera estímulos nas pessoas. Ele é tão poderoso que pode dar a sensação de “estou em casa” ou “preciso sair daqui”, dependendo de suas características. Assim, a empresa que domina que tipo de estímulo favorece o bom desempenho de seus colaboradores poderá alcançar uma produtividade maior.
Um ambiente que desperta conforto, familiaridade e bem-estar favorece a sensação de pertencimento. O estresse diminui e cada profissional consegue focar naquilo que realmente gera resultados para a organização.
Se a empresa oferece um espaço para capacitação com livros, computadores e um design acolhedor, os colaboradores são incentivados ao desenvolvimento. Trata-se de algo fundamental para um Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento, por exemplo.
Para isso, é necessário conhecer seu público-alvo, o que ele espera e o que pode dar melhores resultados.
Personalização de ambientes
Fazer um mapeamento de perfis e entrevistar seus colaboradores é uma estratégia eficiente para levantar suas necessidades. Porém, o profissional das novas gerações tem preferência por ambientes abertos, que favoreçam o coworking e tenham espaços de convivência — alimentação, descanso e, até mesmo, diversão.
Desconstruir a sensação de ambiente artificial é um bom começo, e isso pode ser feito com a criação de áreas verdes. Mesmo dentro do escritório, pode ser interessante manter algumas plantas. Algumas empresas que promovem a sustentabilidade possuem áreas que são um misto de cultivo de hortas e convivência.
As salas de reunião, por sua vez, podem ser personalizadas: mais tecnológicas para reuniões de algum sistema, descompressão para feedbacks e avaliação, cultural para entrevistas.
É preciso entender o design como uma ferramenta de absorção e potencialização da cultura da empresa. Assim, o ponto central está na mensagem que sua empresa quer passar.
Marca e identidade corporativa
O design corporativo é um meio de comunicação, já que ele transmite a mensagem da sua empresa, seja de forma explícita, seja implícita. Empresas que têm em seus valores “criatividade e inovação”, por exemplo, costumam oferecer salas de jogos e descontração.
Caso o objetivo seja a “promoção da saúde“, áreas para prática de atividades físicas e serviços voltados à saúde são boas opções. Da mesma forma que o design ajuda a criar uma cultura, ele pode reforçar a existente. Essa identidade corporativa é diretamente refletida no valor da sua marca.
No Brasil, esse movimento já existe, mas ainda é tímido. Empresas que buscam por profissionais mais jovens e com formação específica, como as de desenvolvimento de software, são as que mais se destacam. O motivo é simples: para as novas gerações, um ambiente agradável é tão valioso quanto um bom salário.
Porém, outros setores já captaram essa mensagem e buscam colocá-la em prática. Afinal, isso gera um diferencial competitivo enorme. Se um mesmo profissional tem a possibilidade de optar entre duas empresas do mesmo setor, com salário e benefícios equivalentes, o ambiente que ele encontrar na entrevista, certamente, influenciará a escolha.
Faça uma análise em sua empresa e veja de que forma ela expõe seus valores interna e externamente. Uma pequena reforma para mudança no design pode dar vida nova à sua cultura corporativa, aumentando a satisfação dos colaboradores e, consequentemente, sua produtividade.
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