Como fazer o descarte de resíduos de forma correta?
Na sua empresa há preocupação com o descarte de resíduos? Esse é um problema relevante, especialmente para a construção civil. Por isso, muitas leis foram criadas para contribuir com o meio ambiente e garantir que boas práticas sejam seguidas.
Esse assunto é importante porque os elementos utilizados nas obras costumam ter um processo de produção muito agressivo para o meio ambiente — um exemplo é o cimento. Então, como descartar esses materiais corretamente, evitar prejuízos e aumentar a eficiência?
É o que vamos responder neste post. Aqui, você entenderá melhor esse contexto e saberá o que justifica fazer uma boa gestão de produção de resíduos. Vamos lá?
Como a produção de resíduos impacta a construção civil?
A Resolução 307 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) e a Política Nacional de Resíduos Sólidos determinam as diretrizes do descarte de elementos que sobram nas obras da construção civil. Essas legislações especificam que há responsabilidades compartilhadas entre geradores, gestores municipais e transportadoras.
Por que isso é necessário? Pela quantidade de materiais desperdiçados nas obras. Segundo dados divulgados pelo Estadão, os resíduos jogados fora representam entre 3% e 8% dos custos totais da construção de empreendimentos habitacionais. Sem contar o resto dos canteiros, que foram desconsiderados do estudo.
Ainda existem as perdas incorporadas, aquelas geradas devido a erros na execução de algum serviço. Um exemplo é a solicitação de uma quantidade maior de material em comparação com o que foi inicialmente previsto em orçamento.
Por isso, é necessário pensar em alternativas para destinação dos materiais. É preciso considerar soluções inteligentes, que visem:
- diminuir a produção de materiais ao evitar desperdícios e superprodução;
- reutilizar materiais, como o de demolição;
- vender ou doar itens que não podem ser reutilizados;
- preferir produtos reciclados, quando tiverem a mesma resistência e qualidade;
- construir trincheiras que evitem a saída de resíduos e sedimentos para áreas externas à obra.
Todas essas atitudes objetivam eliminar ou diminuir os Resíduos da Construção e Demolição (RCD), Resíduos da Construção Civil (RCC) e Resíduos Sólidos da Construção Civil (RSCC).
Qual o papel da gestão de produção de resíduos?
O descarte inadequado de resíduos impacta o meio ambiente e as próprias empresas. As organizações pouco preparadas para realizar suas operações de acordo com um plano de gestão desses componentes é retirada de projetos sustentáveis, situação que impacta a competitividade em médio e longo prazos.
Portanto, é fundamental efetivar a gestão de produção de resíduos. Essa prática deve estar embasada em um planejamento, que deve conter os seguintes elementos:
- separação dos resíduos por tipologia: classe A são os agregados, classe B contempla os plásticos, madeira e metais, classe C os resíduos não recicláveis e classe D abrange tintas e solventes;
- destinação para reciclagem dos resíduos A e B;
- direcionamento para a coleta especial dos resíduos tipo D, que são perigosos;
- obtenção de um sistema para lavagem das rodas dos caminhões que circulam na obra;
- realização de treinamentos com as equipes de obra;
- fiscalização constante.
Para garantir que todos esses propósitos sejam efetivados, é preciso contar com um profissional. O gestor de resíduos é responsável por gerir o passivo ambiental do negócio, o que abrange as obrigações da empresa em relação à sociedade e à natureza.
Ele também deve reduzir os impactos no meio ambiente de maneira individual e coletiva e, quando for impossível, precisa criar ferramentas que reduzam os impactos, por exemplo, por meio de ações de recuperação.
Assim, o gestor de resíduos deve ter formação em sustentabilidade para desenvolver um plano realmente adequado. É assim que ele conseguirá adotar as boas práticas do setor.
7 boas práticas para descarte de resíduos visando à eficiência na construção civil
Existem várias atitudes que contribuem para o descarte correto dos resíduos na construção civil. Entre elas, estão as que listamos a seguir.
1. Separe os resíduos por tipo
Classificar os resíduos que podem ser reaproveitados e separá-los dos que devem ser destinados à reciclagem é o primeiro passo para garantir uma boa gestão. Por exemplo: metais, tijolos, plásticos, isopor e pneus podem ser reutilizados, inclusive como matéria-prima para argamassa. No caso dos pneus, eles podem ser triturados para enriquecer a pavimentação asfáltica.
2. Revise os processos logísticos
Deve-se adotar a ideia da logística reversa, que está prevista na Política Nacional de Resíduos Sólidos. A ideia é modificar qualquer descarte irregular e reaproveitar os materiais que sejam permitidos.
3. Invista em maquinário adequado
Reaproveitar os materiais é uma atitude que pode ser realizada por meio de maquinário específico. As obras produzem grande quantidade de entulho, que pode ser transportada e descartada, medida que implica custos e perda de tempo.
Com os equipamentos adequados é possível utilizar restos de concreto, argamassa, telhas, cimento, cerâmica, gesso, madeiras etc. como insumo. Dessa forma, são gerados blocos, calçamentos, pisos e contrapisos, tubos e tijolos.
4. Monitore a gestão de resíduos
Fiscalizar a equipe constantemente é uma prática essencial para garantir que as boas práticas estejam sendo adotadas. Contar com a tecnologia também é uma atitude recomendada, porque os softwares de gestão específicos para a construção civil ajudam a monitorar o desempenho dos colaboradores e sua produtividade.
É importante evidenciar aqui que a boa gestão e o descarte correto dos resíduos trazem essas consequências positivas, além de também aumentarem a lucratividade do negócio devido ao reaproveitamento dos materiais.
5. Adote a abordagem dos 3R
Reduzir, reutilizar e reciclar é a prerrogativa dessa prática, que visa ao comportamento sustentável e à consciência de todos os que trabalham na construção civil. Mais que reaproveitar os materiais, a ideia é evitar que produtos que ainda podem ser usados vão para o lixo. Essa proposta tem tudo a ver com a economia circular, uma abordagem que busca meios de reinserir os resíduos na produção.
6. Conheça os Just in time
É a solução que diminui o tempo de estocagem dos itens na obra devido ao conceito de momento certo de uso. Na prática, visa à eficiência e à eliminação de desperdícios. Várias ferramentas podem ser utilizadas nesse método, entre elas o mapeamento de fluxo de valor, que prevê o cruzamento dos recursos com o cronograma da obra para otimizar o uso.
Nesse caso, você obtém mais agilidade e a movimentação de materiais conforme sua real necessidade. Outro benefício é usar somente a quantidade exata — é aí que entra a principal vantagem para o descarte dos resíduos na construção civil.
7. Use o conceito de layout produtivo
É a ideia de ter um canteiro de obra bem planejado para auxiliar a comunicação entre os colaboradores, a diminuição dos resíduos e o aumento da segurança e da produtividade. Com uma disposição mais eficiente, há menos consumo de horas técnicas, além de redução de prazos e custos.
O propósito aqui é compreender a obra como um processo sistêmico, em que toda a logística está envolvida. Por isso, é fundamental considerar os aspectos:
- otimização e racionalização do recebimento de materiais;
- armazenagem;
- movimentação e disponibilização de insumos;
- materiais;
- ferramentas;
- equipamentos;
- mão de obra.
Com essas práticas, você consegue ser mais eficiente no canteiro de obras, bem como reduzir os desperdícios, otimizar os custos e ser mais produtivo. Porém, existem outros benefícios que podem ser conquistados.
Por que a reciclagem de resíduos é uma vantagem sustentável?
A reutilização de materiais é um dos pilares fundamentais da sustentabilidade. É indispensável adotar práticas de reciclagem dos resíduos gerados na construção civil, inclusive em novas obras.
Os benefícios são verificados nos aspectos sociais, ambientais e econômicos. Por exemplo: com a troca dos materiais convencionais pelo entulho, sua obra diminui os gastos com a compra de matéria-prima. Já a reciclagem reduz a poluição causada pelos resíduos, que podem causar o assoreamento de rios e córregos, além de enchentes.
É visível, portanto, que o processo sustentável preserva o meio ambiente, mas também gera ganhos financeiros e fomenta novas oportunidades de renda e trabalho. Por isso, mais do que uma prática exigida pela legislação, essa é uma atitude que traz competitividade e ganhos até financeiros para sua empresa.
Em suma, o descarte de resíduos precisa ser adotado urgentemente, para trazer eficiência e bons resultados econômicos e ambientais para o negócio. Sua empresa já está preparada?
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