Prédio da ABL, no Rio de Janeiro, inaugura espaço de convivência
Um espaço para trabalhar, mas, ao mesmo tempo, descansar. Ou seria para celebrar? E se for para aprender ou se encontrar? Na verdade, não importa, pois é justamente na versatilidade e na multifuncionalidade que se baseia o conceito contemporâneo de espaço corporativo e que norteia a criação do Espaço de Convivência do Palácio Austregésilo de Athayde, empreendimento da Academia Brasileira de Letras (ABL) localizado no centro do Rio de Janeiro e administrado pela Engepred.
Localizado no mezanino do empreendimento em uma área de 185 m², o novo espaço, que foi lançado no último dia 15, integra uma área de descanso repleta de sofás, mesas que servem como estações de trabalho e arquibancadas para pequenos eventos ou apresentações, com estações de carregamento. Segundo o arquiteto que assina o projeto, Márcio Aurélio Cunha, “o objetivo é atender ao novo paradigma dos espaços corporativos, oferecendo aos usuários uma infraestrutura que possibilita as mais diversas formas de trabalhar, um ambiente para os momentos de descompressão e que também possibilita integração entre as pessoas”.
Com a novidade, o empreendimento agrega mais um diferencial para seus locatários em linha com as tendências de workplace. Este, por sua vez, desafiado pelas transformações aceleradas pela pandemia da Covid-19. Enquanto empregadores de todo mundo querem o retorno do trabalho presencial, parte dos colaboradores rejeitam a ideia, em especial, no Brasil. Portanto, não se trata apenas de um diferencial ou de algo complementar, mas de uma questão estratégica.
De acordo com a pesquisa, “Trabalhando em casa ao redor do mundo”, publicada por uma equipe de economistas, incluindo Nicholas Bloom, da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, 22% dos profissionais do Brasil relataram que, se a empresa obrigasse o retorno ao trabalho presencial por cinco dias da semana, pediriam demissão imediatamente ou procurariam um novo emprego que permitisse o home office. Além disso, eles se mostraram dispostos a diminuir até 7,3% de seus ganhos para continuar exercendo as atividades a partir de suas residências.
Nesse cenário, o investimento no bem-estar do colaborador dentro dos edifícios se torna uma ação fundamental. Faz parte do desafio dos gestores transformar o ambiente de trabalho físico em um espaço para vivência da marca, de ponto de contato com a cultura empresarial, onde se pode gerar ou resgatar o sentimento de pertencimento, ou seja, onde as pessoas enxerguem uma razão para estar e, mais que isso, desejam estar. Poder estar em um empreendimento que esteja alinhado a esse propósito, faz toda a diferença.
O que é o espaço de convivência?
O espaço de convivência é uma área comum, desenvolvida para permitir que os usuários do edifício passem um tempo de qualidade fora de seus locais privativos do escritório. Os gestores do Palácio buscaram transformar um mezanino – até então pouco utilizado – em um espaço multiuso, de forma que se adeque às próprias necessidades de cada pessoa, seja para fazer uma reunião, uma pausa para almoço, ou recarregar as energias para continuar produzindo.
No espaço de convivência do Palácio, o usuário é o protagonista. “A ideia principal foi criar um espaço multidisciplinar, que pudesse oferecer várias formas de uso, para todas as idades”, explica Cunha, que assina diversos projetos corporativos, como COO – Porto Novo, Grupo Alliance e Energia Sustentável do Brasil (ESBR).
Mobília funcional e prática
Para trazer essa diversidade de funções, o projeto apostou em uma mobília corporativa funcional e confortável, que viabilizasse não apenas diversas possibilidades de uso, mas também de layout, tendo em vista a velocidade em que os empreendimentos precisam se adaptar para acompanhar as demandas.
É possível até promover eventos com um número considerável de pessoas, já que os móveis podem ser retirados do local e realocados depois. A única mobília fixa é a arquibancada. Esta possibilidade de confraternização entre os colaboradores pode, inclusive, consolidar uma cultura de colaboração e fortalecer as empresas ali sediadas.
Além disso, foram escolhidos móveis e materiais de fácil manutenção e limpeza com o foco na praticidade dos cuidados e até na segurança infecto sanitária. As superfícies das mesas e cadeiras, por exemplo, são fáceis de limpar porque não são porosas.
Valorização das origens
O projeto para a concepção do espaço partiu dos atributos que já diferenciam o empreendimento – uma arquitetura histórica, com uma vista privilegiada para um dos principais pontos turísticos da capital carioca – a Baía de Guanabara e o Pão de Açúcar. “Optamos por materiais que já compõem as características do edifício, como concreto, aço e vidro, utilizados de maneira a respeitar a estrutura primária do local. Até mesmo a infraestrutura elétrica que já existia foi aproveitada a fim de diminuir as intervenções para instalação de novos sistemas”, conta Cunha.
O arquiteto ainda aproveitou a ampla iluminação natural do local, além da vista dos arredores do edifício, para proporcionar beleza ao ambiente e maximizar a sensação de conforto, imprimindo uma atmosfera agradável aos colaboradores. “Em suma, o projeto empenha-se em valorizar o espaço em si, dentro de um prédio único, embelezando um local já conhecido por sua imponência e qualidades arquitetônicas”, conclui o arquiteto.
Valorização do patrimônio cultural
Um projeto para um empreendimento da Academia Brasileira de Letras não poderia deixar de fora uma homenagem à literatura. Daí a ideia de se criar o canto da leitura, onde é possível encontrar estantes de livros. O espaço também funciona como uma pequena biblioteca: as pessoas podem ler as publicações no ato ou levá-las emprestadas para casa.
Por se tratar de uma casa da ABL, o espaço também nasce com o propósito de desempenhar a função social de promover a cultura, sendo para a instituição mais um instrumento de fomento do conhecimento literário. Para isso, conta com uma galeria conectada. De acordo com a engenheira envolvida no projeto, Georgia Mantovani, o conceito da área corrobora com a identidade e os valores da Academia. “Um dos intuitos da ABL é trazer os usuários para perto e valorizar o ser humano. Eles estão investindo para dizer que o edifício pode ser um lugar para compartilhar e desenvolver ideias”.
Flexibilidade de ponta a ponta
Sob uma perspectiva estratégica, o espaço de convivência faz parte de um conjunto de ações que visam manter e até elevar a valorização do empreendimento imobiliário, mantê-lo atrativo e competitivo e agregar sustentabilidade, de acordo com os princípios ESG (sigla em inglês para ambiental, social e governança).
As transformações dos layouts das salas disponíveis para locação no edifício, com a criação de opções de escritório mobiliados, prontos para usar, espaços com infraestrutura pronta e projetos de workplace customizados, além das lajes corporativas, são exemplos da capacidade de tomadas de decisões rápidas que tornam o empreendimento amplamente flexível e atual, atendendo às necessidades de diversos perfis e budgets de empresas.
Do ponto de vista da sustentabilidade, o Palácio Austregésilo de Athayde aderiu ao mercado livre de energia, gerando eficiência, alta performance e redução de custos. Além de contar com um sistema de reaproveitamento de água, vaga para carregamento de carro elétrico e coleta seletiva de resíduos. Atualmente, passa por um processo de certificação LEED – selo americano para empreendimentos sustentáveis, adotado mundialmente por mais de 160 nações.