O que é manutenção 5.0 e como implementá-la nas empresas?
A tecnologia invadiu diversas áreas e setores da indústria, tornando os processos cada vez mais automatizados. Hoje, computadores, celulares e gadgets com softwares avançados fazem parte do cotidiano das pessoas, seja em casa ou no trabalho. Em 2011, por exemplo, surgiu durante a Feira de Hannover, na Alemanha, o termo “Indústria 4.0” ou “Quarta Revolução Industrial”, que consiste em um modelo de manufatura que utiliza sistemas ciber-físicos, como a Internet das Coisas (IoT), o Big Data, a computação na nuvem, além da realidade aumentada e a manufatura aditiva.
A introdução desse projeto nas empresas busca a digitalização da manufatura por meio da união de robôs, redes rápidas de dados e dispositivos interconectados, fazendo-os protagonistas nos ambientes corporativos e industriais com o objetivo de tornar a produção mais veloz e eficiente, tirando a mão de obra humana dessa equação.
No entanto, em 2016 surgiu o contraponto desse modelo. O Japão apresentou o seu 5º Plano Básico de Ciência e Tecnologia rumo à Indústria 5.0, na qual visa a integração de humanos e robôs para melhorar a gestão industrial. Como resultado desse casamento, surge a Manutenção 5.0 com alta tecnologia para atingir os melhores resultados. Quer saber mais sobre o tema? Continue a leitura!
CARACTERÍSTICAS DA INDÚSTRIA 5.0
Esta nova revolução valoriza a capacidade cognitiva do ser humano, partindo da ideia de que nenhum software criado até hoje consegue simular esta competência. A Indústria 5.0 reconhece, portanto, a capacidade humana de elaborar projetos, designs complexos e soluções eficientes para enfrentar os problemas que surgem no mercado.
O principal objetivo é criar produtos personalizados de alta qualidade para proporcionar uma boa experiência ao cliente. Ou seja, a tecnologia irá desempenhar o seu papel lado a lado com o ser humano, como se fossem colegas de trabalho, transformando a indústria em uma ferramenta de qualidade de vida.
De acordo com a publicação “Indústria 5.0: Para uma indústria europeia sustentável, centrada no ser humano e resiliente”, da Comissão Europeia, a indústria pode ajudar a atingir objetivos sociais para além do emprego e do crescimento e tornar-se um fornecedor resiliente de prosperidade.
Assim, o modelo busca aumentar a eficiência, integrar fluxos de trabalho, proporcionar bem-estar e evitar desperdícios. A respeito deste quarto tópico – que inclui economia ao longo do processo de manufatura – a sustentabilidade também ganha destaque na Indústria 5.0. A relação do homem com o meio ambiente entra em cena e as organizações passam a se preocupar em fazer mudanças em sua cultura aplicando práticas sustentáveis, a fim de proteger o planeta.
O QUE É MANUTENÇÃO 5.0?
Com o advento da Indústria 5.0, o setor da manutenção também é impactado e segue a abordagem focada no ser humano. Os softwares de manutenção inteligente surgem para auxiliar os operadores e técnicos na realização da manutenção preditiva, que ajuda a evitar problemas e falhas antes que apareçam, esquivando da manutenção corretiva.
Isto só é possível a partir do uso dos recursos de inteligência artificial, machine learning e computação na nuvem, por exemplo, que mostram dados coletados dos equipamentos para o ser humano tomar a decisão mais assertiva com o propósito de otimizar o desempenho.
A manutenção 5.0 ainda possibilita trabalhar com a manutenção prescritiva, que vai além de prever falhas. Neste cenário, utiliza-se dados, análises históricas e algoritmos para criar recomendações e soluções do que deve ser feito para barrar possíveis perdas de peças ou performance.
BENEFÍCIOS DA MANUTENÇÃO 5.0
A longo prazo, a manutenção preditiva – foco da Indústria 5.0 – é a chave para redução de custos, pois torna os processos mais econômicos. Segundo o relatório “PWC’s Predictive Maintenance 4.0 – Beyond the Hype: PdM delivers results“, publicado em 2018, as empresas europeias que já migraram para a manutenção preditiva diminuíram os custos em 12%, devido à visão sistêmica dos ativos que este modelo possibilita aos gestores, fornecendo dados em tempo real para que as equipes otimizem o planejamento do trabalho, evitando falhas que podem atrasar o cumprimento de prazos e forçar a reprogramação da produção, além de escapar de custos gerados por uma máquina quebrada.
A pesquisa constatou que as empresas reduziram em 14% os riscos de segurança, ambientais, saúde e qualidade, pois a manutenção preditiva viabiliza analisar condições futuras que possam colocar os profissionais em situação de perigo.
Prolongar a vida dos equipamentos também é um dos pontos altos da Manutenção 5.0, graças à IoT, que facilita o monitoramento dos ativos para mantê-los em pleno funcionamento. No levantamento da PWC, as empresas conseguiram prolongar a vida útil dos aparelhos em 20% ao adotar a manutenção preditiva.
COMO APLICAR A MANUTENÇÃO 5.0?
Para seguir o caminho da Indústria 5.0 e da Manutenção Inteligente é necessário realizar alguns investimentos dentro das empresas. Entre eles, está a necessidade de adquirir robôs colaborativos ou sistemas interconectados, como Inteligência Artificial, Computação Quântica, Nanotecnologia, Manufatura aditiva, entre outras tecnologias.
Como a Manutenção 5.0 não depende apenas de máquinas avançadas, a força de trabalho humana deve estar dentro das prioridades. Os colaboradores precisam desenvolver habilidades e competências para conseguir trabalhar com as informações que robôs fornecem. Por isso, a empresa deve investir também na capacitação e no preparo dos profissionais ou contar com empresas especializadas nesse segmento, como a Engepred, que que está há 35 anos no mercado.
O primeiro passo que pode ser adotado em direção a esse novo modelo é a adoção de um Enterprise Resource Planning (ERP), sistema de gestão integrada que tem o poder de gerenciar os dados de uma empresa, permitindo a realização de diagnósticos mais detalhados com o intuito de viabilizar ajustes que reduzem custos e aumentam a produtividade.